A taxa Selic e o crescimento econômico

A taxa básica de juros, popularmente conhecida como ‘taxa selic’, é um instrumento regulado e utilizado para combater a inflação, pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central.

O Banco Central eleva a taxa selic com o objetivo de conter o consumo e, consequentemente – a alta da inflação.

Contudo, quando ocorre a elevação da taxa selic, os bancos também elevam as taxas aplicadas quando da concessão de crédito, tanto para as pessoas físicas, quanto para as jurídicas (empresas).

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Atualmente, em decorrência da Pandemia de Covid-19, o Brasil inicia uma fase de retomada econômica, face às paralisações ocorridas em 2020.

Os preços das matérias-primas e dos produtos (da cadeia produtiva) apresentam grande alta – que também pode ser observada em relação aos combustíveis e energia elétrica.

O cenário econômico do Brasil revela que o crescimento está lento, com a predominância de um aumento crescente nos preços.

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Acrescenta-se, ainda, a instabilidade cambial, com a crescente elevação do dólar frente ao Real.

Tudo somado, o quadro econômico atual revela sinais cada vez mais claros de estagflação (aumento da inflação e baixa taxa de crescimento econômico).

O crescimento econômico lento apresenta um cenário desafiador, no qual o Banco Central tem de analisar a fundo esse ‘pico inflacionário’ e suas  nuances, de modo que o instrumento de elevação da taxa selic não seja o único a ser utilizado.

O cenário econômico desafiador demanda que a Política monetária seja pautada também, com ações que incentivem a concorrência no setor bancário, com a diminuição do ‘spread’ (diferença entre os juros que os bancos pagam quando o seu dinheiro é investido em algum produto oferecido por eles e os juros que eles cobram nos empréstimos ou financiamentos) e, consequentemente, a redução do custo do crédito, principalmente para as empresas.

Assim, realizados esses ajustes na Política monetária, bem como, um rigoroso controle das contas públicas e a redução do custo do crédito, o crescimento econômico do Brasil torna-se possível, no médio e longo prazo.

Belo Horizonte, 24 de setembro de 2021

GILSON SILVA

Advogado. Especialista em Direito Tributário. Pós-graduado em Direito Tributário pela Universidade FUMEC.

Tributarista de Inteligência de Negócios.

Membro Associado à Câmara de Comércio França-Brasil (CCIFB) https://www.ccfb.com.br/

Membro Associado à Câmara de Comércio e indústria Belgo-Luxemburguesa Brasileira no Brasil (Belgalux Brasil)http://www.belgalux.com.br/